11 outubro 2010

Emprego em Madrid: CV
Em consequência de algumas mensagens trocadas no grupo TugasMadrid no Yahoo durante o Verão, com este post inicia-se uma nova rubrica no nosso blog, relacionada com a procura de emprego em Madrid.

Porque o momento é de vacas magras (estou farta da palavra C), todos os detalhes são (ainda) mais importantes. Se estão à procura de emprego em Madrid, seja porque querem vir tentar a vossa sorte ou porque procuram novas oportunidades por cá, por onde é que devem começar?
Pelo CV. Sim, é o ovo de Colombo, mas mesmo assim eu repito. O CV é tudo. De nada serve gastar horas a preencher candidaturas. Se o CV não estiver à altura, será apenas tempo perdido, e muita desmotivação acumulada.

Há uma grande diferença entre ter um bom CV e ter um CV bom. Pode-se perfeitamente ter um bom CV (ie, experiência profissional representativa, vários idiomas, etc.) e não ter um CV bom, ou seja, que todas essas coisas maravilhosas que vocês sabem e são não transpareçam no papel (ou no pdf).

Não sendo eu nem psicóloga, nem coacher, nem nada desse estilo, já tive a oportunidade de participar em processos de selecção de pessoal e sei o que acontece quando há muitos CVs para seleccionar e o tempo escasseia. Resolvi compilar algumas dicas que eu considero úteis, ajustando-as na medida do possível à realidade espanhola (ou madrilena, vá). Por favor, estejam à vontade para criticar, corrigir, acrescentar, e por aí fora.

Quando candidatar-se?
ASAP: as soon as posible. Se o CV chega três semanas depois, até pode ser que seja visto, mas também pode ser que nos primeiros cinquenta já tenham gente suficientemente boa para ficarem por aí. Ainda para mais, na conjectura actual.

Em que língua?
Obviamente, em quantas mais, melhor. Se sabem português, inglês e espanhol, então preparem CVs em português, inglês e espanhol. Dito isto, sejam críticos na hora de enviar. Em Espanha, eu aconselharia o CV em inglês se é para uma multinacional estrangeira (ex: Google, GE), e em espanhol se é para uma multinacional espanhola (ex: Telefónica, Repsol).

O tamanho importa?
Sim, e muito. Se são recém-licenciados ou têm pouca experiência, o CV Europeu ou similar é adequado (2-3 páginas), mas a partir dos cinco anos de experiência, quando já pensam em aceder a postos intermédios ou de direcção, um formato mais curto e objectivo, preferencialmente de uma só página, é o ideal. A tentação é pôr o máximo de coisas que fizemos e sabemos, mas lembrem-se, o objectivo do CV não é ganhar o posto de trabalho, é não ser excluído pela pessoa que tem de rever dezenas ou mesmo centenas de candidaturas. Demasiado texto e informação seguramente tornar-se-á confuso e numa leitura na diagonal o mais importante é que o que importa, salte à vista. Sejam directos, usem bullets, incluam a informação relevante para o posto de trabalho a que se candidatam. Passado o primeiro corte, terão oportunidade na entrevista de elaborar mais acerca de todas as vossas mais-valias.

Com ou sem foto?
Ora aqui está algo verdadeiramente subjectivo. Eu costumava achar que não incluir foto era mau sinal e que sempre se devia incluir, não um recorte de uma foto de um casamento, obviamente, mas sim uma foto tipo passe, de frente, relativamente inócua e com roupa discreta (camisa havaiana não será a melhor opção...). Por outro lado, tenho-me apercebido que a foto pode sempre gerar discriminação. Ser-se muito bonito pode ser tão contra producente como ser-se muito feio. Ou parecer demasiado jovem. Ou demasiado velho. Uma vez vi um tipo meter um CV de lado porque o rapaz era parecido com o marido da sua ex-namorada. Enfim, isto é muito mau, mas não inaudito.

O que nunca deve faltar?
- Dados pessoais: nome, telefone, cidade e mail. Não faz falta a morada completa, nem o número de BI. Além do mais, ocupa espaço precioso. Já agora, o mail de contacto do Hotmail que fizeram em 1995 e é qualquer coisa tipo lemondevil ou sweetpie, huuuum, vejamos, não.
- Resumo: três a cinco linhas, no topo do CV, em que se menciona os dados mais importantes, como o número de anos de experiência, área principal de trabalho, background de formação, disponibilidade para viajar e idiomas.
- Experiência: aqueles três meses em que trabalharam no bar da praia podem ser positivos se são recém-licenciados, mas ao fim de uns anos, incluir esta informação não só é desnecessário, como pode ser um indicador de falta de critério que no fim de contas até vos pode prejudicar. Devem-se incluir as posições principais e o que seja relevante para o posto a que se candidatam.
- Formação: formação académica e outros cursos, más só os que são importantes para a posição a que se candidatam.
- Idiomas: todos os que sabem com uma indicação sucinta de nível. Se acham que o vosso nível de inglês é bom, provavelmente no vosso CV espanhol poderão escrever muito bom.
- Aptidões: informáticas, organizacionais, sociais. De novo, breve e objectivo, e procurem usar expressões sinónimas daquelas requeridas no posto de trabalho a que se candidatam. Desde que seja verdade, claro.
- Países: é coisa minha, mas gosto muito de incluir no fim dos meus CVs um apartado tipo países worked in ou lived in. Considero que, quando procuramos emprego no estrangeiro, é sempre uma mais-valia realçar a nossa experiência internacional, é sinal de adaptabilidade a novos ambientes e distintas culturas.

O formato que apresento em seguida é um dos meus preferidos. Simples, directo, objectivo. Cliquem na imagem para ver melhor. O formato word deste ficheiro está disponível no grupo dos TugasMadrid no Yahoo, na pasta CV (dentro de Files).
E boa sorte!

5 comentários:

  1. Excelente artigo e de grande utilidade. E eu a pensar que uma foto na praia ia ajudar a "vender" o CV ahahah...

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  2. Obriga Henrique, já estava para escrever isto há muito, mas o tempo escasseia...

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  3. Muito bom, este artigo vai certamente ajudar muitos Tugas na hora de elaborarem o seu CV.

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  4. Boas,tive conhecimento esta semana deste blog,o que sem duvida acrescenta muita informação para quem le,estou em busca de trabalho na area de informatica,gestion de proyectos,estou a procura no infojobs e no careerbuilder,se tiverem conhecimento de alguma oportunidade,por favor avisem-me.

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  5. Bom-dia caro amigos do fórum!
    Este testemunho é verdadeiro empréstimo. Sou uma mulher com 2 crianças. Desde a morte do meu marido, reencontrei-me em dificuldade. E fui rejeitada por bancos. Li um testemunho de empréstimo que falou do Sr. Muscolino GIOVANNI, ele é muito honesto e sério que meu ajudar para um empréstimo de 45.000,00€. Então decidi fazer parte desta oportunidade à vocês que não têm o favor dos bancos eis são enviar por correio eletrónico:.. muscolinogiovanni61@gmail.com

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