Media: Nuvem de poluição envolve Madrid
(Público.pt) A cidade de Madrid está a enfrentar uma persistente nuvem de poluição  provocada pelos automóveis e potenciada pelas condições meteorológicas.  Um apelo das autoridades para que as cidadãos deixem os seus carros em  casa não está, porém, a resultar.
Sem vento e com um anticiclone a funcionar como  um chapéu sobre a cidade, Madrid está há cerca de uma semana coberta por  uma camada de poluentes, que teimam em não dispersar. Situação  semelhante foi verificada, também, em Barcelona.
Os principais  poluentes são o óxido de azoto e as partículas, expelidos sobretudo  pelos escapes dos automóveis, mas também pelas chaminés das indústrias.  As autoridades locais sustentam que os níveis de alerta não estão a ser  superados. Mas, ainda assim, começaram ontem a difundir um pedido à  população para evitar o uso do automóvel e recorrer ao transporte  colectivo.
Nos painéis informativos da M-30, uma via de  circunvalação de Madrid, os avisos começaram a ser difundidos às 17h40  de ontem. Em Barcelona, a velocidade máxima nos acessos à cidade foi  reduzida, temporariamente, para 80 quilómetros por hora.
Na capital espanhola, os alertas não estão a resultar. Dados divulgados esta manhã pelo edição online do jornal 
El Pais indicam que o tráfego na M-30 – por onde passam 180.000 carros por dia – caiu apenas 0,23 por cento. 
De  acordo com o sistema de controlo da qualidade do ar de Madrid, o nível  de alerta é atingido quando todas as estações de uma determinada zona da  cidade superam 400 microgramas de dióxido de azoto (NO2) por metro  cúbico de ar, durante três horas consecutivas. 
A organização  não-governamental espanhola Ecologistas em Acção considera, porém, os  limites fixados pelas autoridades como “extremamente laxistas e  tolerantes”. “Isto significa que, enquanto se superam os limites legais  legais de contaminação, estes níveis auto-declarados pelo governo  municipal nunca se atingem”, justifica o comunicado.
Por lei, em  cada estação de medição da qualidade do ar, a concentração horária de  NO2 registada não pode ultrapassar 200 microgramas por metro cúbico mais  de 18 vezes por ano. “Dá-se o paradoxo de que, em Madrid, há estações  que superaram o valor legal para todo um ano, sem que se tenha sequer  alcançado o nível de aviso municipal”, diz o comunidado.
A situação de poluição deverá manter-se por mais alguns dias, até que as condições meteorológicas permitam a sua dispersão.